sexta-feira, 1 de março de 2013

Venham


Venha de lá então o povo,
agora, que está má a vida.
Deixar na rua a sua prece,
que sabe nunca ser ouvida.

Venha de lá o popular,
todo cheio de indignação,
ralhar com o seu governo,
que lh'and'a comer o pão.

Venha de lá o pobre,
contar a vida deprimente,
do filho que falta à escola
e da mãe que está doente.

Venha de lá o mendigo,
aos donos do mundo pedir,
um prato de sopa quente
e uma cama pra dormir.

Venha de lá o miserável,
pré carcaça apodrecida,
com um pé cá, outro na cova,
dá a luta por perdida.

Venha de lá o defunto,
que lutou pelo seu pais,
que amou a sua pátria,
mas a pátria não o quis.

Venha então de lá o mártir,
que tentou mudar o mundo.
Era, para o povo, um louco,
e com o louco me confundo.

João S. 23-01-2013

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